quarta-feira, 23 de janeiro de 2013 14 comentários

Onírico


Sonho com o mar.
A paisagem é úmida e sufocada,
insólita e precariamente equilibrada
– uma agitação dentro da quietude do sono.

Há outra praia? Houve outra?
A gentileza balsâmica deste oceano
carrega o peso de levar minhas emoções
para longe deste vazio,
que se faz a insignificância de meu sonho.


quinta-feira, 17 de janeiro de 2013 14 comentários

Joias litorâneas


Nas praias vivem os arautos do tesouro
: meninos descalços, sem camisa, sem escola,
deuses da beira-mar.
No açoite das ondas nos rochedos,
a oblação do oceano
: estrelas-do-mar, caurins, conchas –
inteiras, infractas, resplandecentes.
 

A possibilidade polida               em turquesas marítimas,                                                           esmeraldas oceânicas,                                                           safiras pelágicas,                                                           variegadas gemas mágicas.

Transubstanciação, sortilégio antigo,

na solidão dos promontórios
eles fazem do que encontram
artesanato, colares e pulseiras.
Abrolham repentinos,
como se surgidos da própria viração.
No comércio convicto de seu engenho,
não regateiam talento, mas o preço,
durando apenas o enquanto
do negócio para, logo em seguida,
deixar apenas rastros difusos
a serem comidos pela próxima vaga faminta.


domingo, 13 de janeiro de 2013 14 comentários

45º à sombra do Equador


Houve uma vez um verão.
Há desta vez um verão.
Haverá outra vez um verão?


Pelo sim, pelo não,
quero sorver o calor
até a última gota.

(Um dos meus primeiros poemas, escrito ainda quando eu era  - bem! - adolescente. 
Sobreviveu às inúmeras tentativas de desprezá-lo de vez; agora, sem retorno).

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013 18 comentários

Lume


 
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