“Escolher alguém é desvendar uma vida inteira.
E convidar a pessoa a desvendar a sua”
(Hanif Kureishi)
E convidar a pessoa a desvendar a sua”
(Hanif Kureishi)
O vento põe calafrios
na alma das vidraças,
faz a ecometria do silêncio.
A pupila exercita a orgia
do ver olho no olho.
Você está mais linda do que de costume.
(Não há limite à beleza,
apenas proporções de olhares).
apenas proporções de olhares).
Seu colo é
berço e manjedoura
no desabrigo desta noite,
a diferença entre estar
presente e fazer companhia.
Quem nos dera fosse sempre assim,
essa quietude e contento. Há dias de liça,
rusgas nos pormenores da rotina,
azinhavre na ternura.
Já vivi isso antes e sei de toda a dor,
como tudo acaba.
Seus olhos craseados
ainda me fitam e contam-me
do contrário: toda a perfeição
de me saber adequado
e inequívoco aqui, ao seu lado.
Apesar dos avisos,
esqueço o que sei,
arrisco-me às consequências,
quebro os preceitos.
Minha cremnofobia que se dane,
quero é mais me atirar
nos braços desse precipício.