Esfinge, charada, logogrifo.
Rébus, o ideograma
no estágio em que deixa
de significar o objeto que representa,
para indicar o fonograma
correspondente ao seu nome.
É o inexprimível,
o inominado, o inconcebido
perambulando no susto
da noite da imaginação.
É o espaço
entre o encoberto e o exposto,
o verdadeiro e o suposto.
Sinal
de um endereço alcançado,
é a ratificação do que se pensava,
na melhor tradição da glosa
dos oráculos post
eventum.
Presente em todas as tocaias
que rondam o escuro,
é o lume
que concomitantemente
guia e desnorteia.
Está na unissonância
de todos os sigilos,
na dificuldade de entendimento dos parágrafos,
nas fagulhas do entrecho.
Pequeno idílio,
falha do épico,
elegia: quanto mais
contemplo menos discirno,
mais me arrebato.
É a palavra,
que me sorri de través
no seu mover excêntrico
ao longo de trilhos
que convergem a um ponto de fuga
no texto.